O ESTRANHO.

Alguns anos depois que eu nasci, meu pai conheceu um ,
estranho recêm chegado à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este ,
encantador personagem, e meu pai o convidou a viver com
nossa família.
O estranho  desde então mora conosco, enquanto eu crescia,
nunca perguntei sobre seu lugar em minha familia, mas sabia,
que tinha lugar especial.
Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau, meu,
pai me ensinou a obedecer.
Mas o estranho era o narrador, mantinha-nos horas enfeitiçados,
com suas aventuras, mistérios, comédias.
Através dele sabiamos tudo sobre politica, historia ou ciência.
Conhecia tudo do passado , do presente, até podia predizer o,
futuro, fazia-me rir ou chorar.
O estranho não parava de falar ,mas meu pai não se importava,
Meu pai dirigia nosso lar  com certas convicções morais, mas o,
estranho não sentia obrigado a obedece-las.
Blasfêmias , os palavrões por exemplo ..não eram permitidos,
nem por parte nossa, nem de nossos amigos, mas nosso,
visitante de longo prazo usava linguagem inapropriada que ,
queimava os ouvidos e fazia minha mãe ruborizar,
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool, mas o,
estranho nos animava a fazê-lo , fez com que o cigarro fosse,
 bom e inofensivo.
Falava livremente sobre sexo, seus comentários eram as vezes,
sugestivos e geralmente vergonhosos.
Mas, mesmo assim permaneceu em nosso lar.
Passaram -se mais de cinquenta anos, desde que esse estranho,
veio morar em nossa familia , mudou muito, já não é tão,
fascinante como era no princípio
Seu nome? .......Nós o chamamos ... Televisor!
Agora esse televisor, tem uma esposa que se chama computador,
e um filho que se chama celular.
Acho que devemos ter muito cuidado com esses dois novatos,
já que o primeiro foi a lareira da sala de visitas de nossas vidas,
onde queimamos nossas raizes.

    BJS   ROSA